quinta-feira, 28 de julho de 2011

Chegando em território nacional - maio 2009

Trouxe meu violão de forma ilegal, por que temos o direito de ter uma bagagem de mão de até 10 quilos, somente uma, eu fiz meu check in em Dublin e neste momento eu deixei o violão bem longe de mim. Entrei na aeronave e ninguém me disse nada, graças a Deus. Fiz a escala em Madrid, sem problemas, São Paulo para Floripa também sem problemas. Em Floripa eu vi meus pais no aerporto quando desci do avião, logo, ancioso, corri para sala da esteira e larguei o violão num canto, peguei minhas malas e vâmbora... Direto pra casa da minha filha, pegar ela, morrendo de saudades. Encontrar minha filha depois de seis meses distante é uma das melhores coisas da vida. Peguei ela e fomos para tubarão, uns 15 km depois na BR 101 eu lembro que esqueci meu violão, depois de tanto trabalho com ele, esqueci no aerporto de Florianópolis, Jesus, volta, corre para o aeroporto por que estou no Brasil, não em um dos países da europa. Chegando lá, graças a Deus a Infraero guardou a viola. Fez um monte de perguntas para se certificar de que realmente aquele violão era meu e me entregou. Rever a cidade, o estado, isso me deixa muito bem, isso é bom, depois de passar tanto frio com o inverno europeu. Fiz uma pequena festinha na casa dos meus pais, algumas pessoas apareceram, outras, não. Isso me deixou um pouco chateado, mas, faz parte. Passei alguns dias em Tubarão, depois fui para Laguna, fiquei somente com minha filha, eu e ela. Foi o melhor período, o mais aproveitado. Ela está grande, outro vocabulário, está diferente, está ótima... As vezes gostaria que ela fosse maior para podermos ir até um bar e beber juntos, outrora, gostaria que ainda fosse um bebê, pra sempre, sempre protegê-la, sempre tê-la aos meus braços. Isso é confuso na minha cabeça. Tive alguns contratempos como um maluco que bateu no carro da minha mãe comigo dirigindo, e o cara ainda fugiu, atravessei Tubarão atrás do sujeito, até que ele parasse. Quando parou só faltou chorar, por que faltava 5 dias para ele pegar a habilitação dele, um santana meio velho e o cara ainda estava bêbado. Foi cômico e nervoso ao mesmo tempo, não é todo dia que se bate o carro. Fiquei quase trinta dias no Brasil e tenho a impressão de que não fiz nada, minha filha ficou comigo todos os dias e tenho a impressão de que não aproveitei o quanto deveria, agora, estou contando os dias para que não chegue a terça feira, embarco dia dois de junho, preciso voltar para Dublin, voltar ao trabalho, voltar a ganhar dinheiro, mas, preciso ainda aproveitar melhor minha filha. Desta vez está mais complicado deixar o país, ou melhor, deixar minha filha. Mas é preciso, no momento. Saí na noite tubaronense e achei muito estranho, voltei a lembrar de como é o comportamento do Brasileiro, não que seja ruim, mas estava já acostumado com o comportamento do irlandês que são muito amigáveis. É estranho, é diferente.

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