quinta-feira, 28 de julho de 2011

Brasil.... embarcando... maio 2009

Demorou mas o dia chegou. Acordei muito cansado, marquei a passagem para terça feira para que pudesse me organizar na segunda, mas, não tinha a mínima noção de que segunda-feira seria feriado. Sábado teve a bendita festa do pijama onde eu trabalhei como a muito tempo não trabalhava, domingo e ainda segunda. Foi bom, horas a mais, dinheiro a mais, mas eu precisava me organizar para viajar para o Brasil. Morto, morto, morto. Embarquei em Dublin para Madrid no meio da tarde, em Madrid uma correria por que estava em cima da hora, mas, sempre ficamos um tempo esperando. Me desloquei até a área de fumantes e lá tinha um cidadão vestindo uma camisa da seleção brasileira falando sozinho. Pessoa doida, totalmente. Embarquei na aeronave e junto, no vesmo vôo havia uma tropa de judeus, adolescentes que foram visitar os campos de concentração na Polônia. E ninguém sentava do meu lado, derrepente, eu avisto no corredor o dito cujo vestindo a camisa da seleção brasileira de futebol. Eu pensei naquele momento que havia centenas de lugares na aeronave e eu não poderia ter a falta de sorte suficiente para aquele sujeito com cara de maluco sentar do meu lado. Não tenho preconceito, mas o cara tinha cara de maluco. Enfim, pum, o cara tinha seu acento ao lado do meu. Chegou todo marcando território, falando pelos cotovelos, eu, cansado, querendo dormir de uma vez e acordar no Brasil. Minha gente, esse cara baixou a falar e não parava mais. Perguntou se eu acreditava em milagres, eu respondi que sim, e ele já começou dizendo que fazia muitos milagres. Tomei o remedinho para dormir e lá fui sono a dentro. Lembro que uma hora acordei e havia uma mulher conversando com ele em pé no corredor, dizendo que as meninas que estavam ao lado dele queriam ficar quietas, só isso... o cara estava enchendo a paciência de todos, ele não dormia e falava todo o tempo. Falou coisas absurdas, como, ressucitou mortos em Madrid, que fazia muitos milagres, que se chamava Jesus. Eu estava a ponto de pedir para alguma atendente de bordo me trocar de lugar por que aquilo estava ficando demais, mas não dei trela para o cara, fiquei com o mp3 na orelha, hora ligado, hora desligado, e eu não respondia nada do que ele perguntava. O cidadão morou 6 anos nos Estados Unidos, 4 anos no Canadá e 4 anos na Espanha, fluente em três línguas, e, doente. Quando a aeronave pousou em São Paulo ele me olhou e disse: _Ninguém sabe disso, mas o avião caiu no mar e eu fiz o milagre de colocar novamente no ar, ninguém sabe disso, foi apagado da memória de todos, mas eu fiz esse milagre, eu sou um milagreiro.... Eu olhei para o cidadão, bem nos seus olhos e disse: _Muito obrigado!!! De fé, obrigado!!!

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